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Delta do Parnaíba – 10 anos atrás!

admin | 14 de agosto de 2007

A ilha do Caju é o lugar por excelência para se conhecer o Delta do Parnaíba. Localizada na parte maranhense, ela oferece um painel dos vários ecossistemas que compõem o Delta: praias, dunas, lagoas, além da vegetação que vai da restinga, passando por coqueiros até carnaubais. Os anfitriões para esta aventura que começa na sempre bela e arejada Parnaíba são a Ingrid e o Mario. Filha de ingleses, cujos antepassados viviam do comércio em Parnaíba, Ingrid foi a grande responsável pela transformação da ilha no que é hoje, uma unidade de conservação com referências internacionais. Mario, seu companheiro, é um catalão que além de trazer uma larga experiência com o turismo é um cozinheiro de mão cheia. Ficamos hospedados em Parnaíba no casarão da família Clark, hoje transformado em pousada. São mais de cem anos de histórias, com móveis e utensílios que pouco mudaram com o passar deste século. Ficar sentado numa daquelas amplas poltronas, lendo ou simplesmente saboreando o café e o licor de jenipapo depois do jantar é uma experiência inigualável, que deve ser vivida intensamente até que seja anunciada a partida para a ilha do Caju. A viagem é feita no barco próprio da Pousada do Caju e nos proporciona um primeiro contato com a exuberância do Delta. Fomos seguindo pelo rio Parnaíba até que este se transformasse em uma infinidade de canais onde só os mais experientes podem navegar. A vegetação de mangue começa a predominar e com ela os milhares de pássaros e caranguejos até que surja uma duna onde o barco pode fazer uma parada e possamos nos deliciar na água meio rio meio mar. A chegada na ilha é da forma mais discreta possível e a impressão que temos não é a de estar hospedado numa pousada, mas sim numa fazenda, daquelas seculares, como realmente foi a sede na ilha. Os chalés são amplos e rústicos, e as camas são aquelas imensas com colchas e lençóis sempre muito alvos além de imensos cortinados para não deixar dúvidas sobre a presença de mosquitos. No dia seguinte, depois do farto café da manhã, começam as atividades. Estávamos num grupo de seis pessoas e na ilha os grupos costumam não ser numerosos, já prevendo o impacto ambiental. Tudo indicava que seria uma bela jornada.

Delta do Parnaíba

Nossa primeira “tarefa” foi conhecer o mangue de perto e um nativo foi conosco para mostrar como se cata o caranguejo. Tudo bem que já conhecíamos bem o ecossistema mangue, mas para a Bárbara, a suíça, que nunca tinha visto mangue na vida… Fiquei lembrando da primeira vez que vi neve nos Alpes italianos, da minha cara de bobo. A surpresa foi que o nativo não se limitou a mostrar como se pega o caranguejo, mas também nos convidou a entrar na lama para a festa. Fomos para uma parte do mangue onde não havia vegetação, só lama, e aos poucos todos foram entrando e não demorou muito já estava uma verdadeira guerra de lama, tal e qual aquela que nos vemos nos filmes estrangeiros com a neve de Natal. Só que desta vez era Chico Science e o Mangue Beat! Depois de um bom banho pegamos os cavalos e fomos fazer o reconhecimento da ilha. Seguimos pela praia, mas aos poucos o calor e a falta de prática para cavalgar começaram a incomodar não a Bárbara, mas a Jean, o francês. Tivemos de parar algumas vezes, mas nada que inviabilizasse a caminhada. Nosso objetivo era chegar à parte oeste da ilha, onde as dunas são imensas e iríamos pernoitar. Logo Jean se recuperou e quando chegamos ao ponto indicado o sol já estava baixo, soprava uma brisa fresca e o astral era o melhor possível. Armamos as barracas, tomamos um banho de cuia, fizemos uma fogueira e ficamos ali sentados assando uma carne e comentando o dia. Além de mim, Canário, da Bárbara e Jean, estavam o nosso guia, além do Paulo, um arquiteto paulista. A noite era escura, lua nova. Pouco saíamos de perto da aconchegante fogueira, somente para apreciar a Via Láctea sobre nossas cabeças, parecendo que podíamos tocá-la. A brisa ainda soprava morna e ficamos ali por um bom tempo, simplesmente contemplando. O prazer de estar cercado pela natureza tão selvagem naquele momento único, divino.

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