Seu Nito do Marajó
admin | 29 de junho de 2007Somente quando se sobrevoa Marajó é que se sente a grandiosidade da maior ilha fluvio-marinha (rio e mar) do mundo. Saindo do porto de Belém imaginamos, ingênuos, que Marajó é logo ali na frente. Que nada, logo entramos por um canal e já surge outro grande rio, depois mais outro, até que finalmente surge a poderosa Baía de Marajó. A ilha está do outro lado, ainda fora do alcance de nossa visão. Depois de navegar por três horas num dia claro e arejado chegamos ao porto de Camará e dali direto para Soure, a capital informal do Marajó. Caminhando por largas avenidas à sombra de mangueiras centenárias fomos encontrar com o Vazinho, responsável pela RESEX (reserva extrativista) de Soure, que nos falou sobre a luta das comunidades nativas pelo direito à extração sustentada tanto do caranguejo, como do coco e em menor escala da seringueira. Depois nos apresentou ao Nito, pescador artesanal nativo, 64 anos, que nos fez um relato da situação da pesca na região. Segundo Nito, a diminuição do pescado se deve a dois fatores: aumento do consumo e a pesca industrial, com barcos vindos de outras regiões que com suas redes ilegais têm acabado com os peixes, pois pegam os “filhotes”. Enquanto a entrevista corria suas filhas preparavam um verdadeiro banquete que pudemos apreciar junto à sua família. No cardápio; sarda assada, banana e farinha.
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