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Seu Nito do Marajó

admin | 29 de junho de 2007

Somente quando se sobrevoa Marajó é que se sente a grandiosidade da maior ilha fluvio-marinha (rio e mar) do mundo. Saindo do porto de Belém imaginamos, ingênuos, que Marajó é logo ali na frente. Que nada, logo entramos por um canal e já surge outro grande rio, depois mais outro, até que finalmente surge a poderosa Baía de Marajó. A ilha está do outro lado, ainda fora do alcance de nossa visão. Depois de navegar por três horas num dia claro e arejado chegamos ao porto de Camará e dali direto para Soure, a capital informal do Marajó. Caminhando por largas avenidas à sombra de mangueiras centenárias fomos encontrar com o Vazinho, responsável pela RESEX (reserva extrativista) de Soure, que nos falou sobre a luta das comunidades nativas pelo direito à extração sustentada tanto do caranguejo, como do coco e em menor escala da seringueira. Depois nos apresentou ao Nito, pescador artesanal nativo, 64 anos, que nos fez um relato da situação da pesca na região. Segundo Nito, a diminuição do pescado se deve a dois fatores: aumento do consumo e a pesca industrial, com barcos vindos de outras regiões que com suas redes ilegais têm acabado com os peixes, pois pegam os “filhotes”. Enquanto a entrevista corria suas filhas preparavam um verdadeiro banquete que pudemos apreciar junto à sua família. No cardápio; sarda assada, banana e farinha.

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Belém e Mário de Andrade

admin | 27 de junho de 2007

Mário de Andrade, há 80 anos, já dizia sobre Belém:

(…) Porém, me conquistar mesmo a ponto de ficar doendo no desejo, só Belém me conquistou assim. Meu único ideal de agora em diante é passar uns meses morando no Grande Hotel Belém. O direito de sentar naquela terrasse em frente das mangueiras tapando o Teatro da Paz, sentar sem mais nada, chupitando um sorvete de cupuaçu, de açaí, você que conhece mundo, conhece coisa melhor do que isso, Manu? (…)

(Trecho da Carta de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, junho, 1927).

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Belém, as mangueiras e o Círio

admin | 25 de junho de 2007

Belém é hoje uma cidade de contrastes. No percurso do moderníssimo aeroporto Val-de-Cans em direção ao centro vemos bairros inchados com problemas de saneamento básico, e portanto ambientais, comuns a qualquer grande cidade brasileira.

Belém

Logo, próximo ao porto, imensos prédios de até trinta andares prenunciam o centro histórico onde coabitam a Estação das Docas, o Mercado Ver-o-Peso, o casario da cidade velha e claro, suas ruas perfumadas pelas exóticas frutas amazônicas sombreadas por mangueiras centenárias.

Belém

Conhecer prédios e monumentos em Belém é importante, mas nada se compara à energia de caminhar sobre as sombras das frondosas mangueiras da Avenida Nazaré, aonde durante os festejos da padroeira chegam a caminhar até três milhões de fiéis, num raro espetáculo de fé e devoção.

Tacacá

À tarde, depois da chuva já famosa e pontual, nada como tomar um tacacá (prato típico do Pará: goma, tucupi, jambú e camarão) em frente ao Colégio Nazaré e depois sorvete de fruta típica (graviola, buriti, taperebá, açaí, etc.) na Cairú, a melhor da cidade.

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Serviço – Amapá

admin | 20 de junho de 2007

Macapá

Hotelaria

Ceta Ecotel (ver vídeo)
End.: Rua do Matadouro, 640 – Fazendinha
fone:(96) 3227-3396
e-mail: turismoambiental@terra.com.br
www.cetahotel.com.br

Marabaixo Hotel
End.: Rua Cândido Mendes, 340 – Centro
fone: (96) 3223-2157
e-mail: marabaixohotel@uol.com.br

Restaurantes

Dedeca’s Bar e Restaurante
End.: Rua Beira Rio, 842 – Orla Santa Inês
fone: (96) 3224-1296 9963-1296

Flora Restaurante
End.: Rodovia Salvador Diniz, 1370 – Santana
fone: (96) 3283-2858

Sorveteria Doce Mão (ver dica)
End.: Av. Maranhão, 219 – Pacoval
fone: (96) 223-3559

Calçoene

Hotelaria

Hotel Tarumã Eco Turismo
End.: Rua João Anástacio dos Santos, 708 – Centro
fone: (96) 3423-1278

Restaurantes

Restaurante Regional
Rua João Anastácio dos Santos, 203 – Centro
fone: (96) 3423-1387

Oiapoque

Hotelaria

Hotel bar e restaurante Ilha do Sol
End.: No meio do Rio Oiapoque

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Pontos extremos do Brasil

admin | 19 de junho de 2007

Quando saíamos de viagem sempre falávamos muito de qual a sensação que teríamos ao final, depois de conhecer os quatro pontos extremos do Brasil, norte – sul e leste – oeste. Concluído o Amapá, onde o Oiapoque se destaca por ser um destes extremos, vamos agora falar um pouco de mitos e lendas, verdades e meias-verdades, sobre os extremos do Brasil. O termo do Oiapoque ao Chuí, comumente usado para designar os limites norte e sul do Brasil, foi recentemente abalado pelo “descobrimento” do Monte Caburaí, em Roraima. Como o Brasil foi povoado e apresenta uma grande concentração populacional no litoral, dizia-se que o Brasil ia do Oiapoque – AP (limite litoral norte) ao Chuí – RS (limite litoral sul). Observando o mapa do Brasil percebe-se que o Monte Caburaí está e sempre esteve em latitude bem mais ao norte do que o Oiapoque. A novidade mesmo é o município do Chuí, recém emancipado de Santa Vitória do Palmar-RS que ganhou sua autonomia mas, em compensação, não levou para si o título de ponto mais extremo ao sul do Brasil. A barra do rio Chuí, onde fica o Farol do Chuí pertence ainda a Santa Vitória do Palmar, onde o professor Homero Suaya Vasquez Rodrigues, natural desta cidade, vai adiante e diz sorrindo que o ponto extremo mesmo é duzentos metros rio adentro, numa curva (meandro) que rouba uma área do tamanho de um campo de futebol do Uruguai…

Arroio Chui

Arroio Chuí – 1996

Tão controversos como os limites norte e sul são os limites leste e oeste do Brasil. A história do limite leste talvez seja uma das mais curiosas. Por séculos considerou-se como o extremo leste o Cabo Branco, em João Pessoa, na Paraíba. O vento e as correntes marinhas vindas de nordeste assediaram ao longo de anos e anos aquela ponta erodindo-a e fazendo com que todo estes sedimentos
(lama e areia) viessem depositarem-se, por ironia do destino, um pouco mais à frente, na Ponta Seixas. O efeito foi simplesmente o seguinte: o Cabo Branco diminuiu e a Ponta Seixas aumentou. Como os fenômenos geomorfológicos não acontecem da noite para o dia, pode-se supor que o reinado da Ponta Seixas durará por um bom tempo!
Já a história do extremo oeste é típica de região de selva (floresta amazônica). A cabeceira do rio Moa é um lugar de difícil acesso. Para se conhecer o local é necessário ir até Cruzeiro do Sul-AC e dali enfrentar uma verdadeira expedição, daquelas em que o exército realmente tem de ir junto pois há a possibilidade de contatos tanto com a guerrilha como com narcotráfico peruano. Como não houve a possibilidade de fazer tal expedição tivemos de nos contentar com um vôo numa pequena aeronave. Mesmo assim, apesar da visão do belo Moa serpenteando em território brasileiro, ficou difícil localizar realmente o Marco 76, que baliza o extremo oeste do Brasil. Cabe ainda dizer que o município mais a oeste do Brasil não é Cruzeiro do Sul como muitos pensam, e sim Mâncio Lima – AC, fronteira com o Peru.
Na Serra do Tepequén, Roraima, que já foi uma das maiores produtoras de diamantes do Brasil, ouvimos algumas histórias de fronteiras. A mais inusitada foi a de um piloto de helicóptero que disse que os garimpeiros brasileiros refaziam a fronteira do Brasil com a Venezuela conforme os seus interesses. Ele mesmo, com o seu helicóptero, ajudou a remover alguns marcos…

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Praias do Amapá

admin | 17 de junho de 2007

Praia do Goiabal

O litoral do Amapá tem quase 700 km de extensão e apenas três “praias”: Fazendinha, Boca do Inferno e Goiabal, segundo o Guia de Praias 4 Rodas. A da Fazendinha fica a 13 km de Macapá e é considerada praia porque abriga certa infraestrutura de lazer para receber principalmente a população de Macapá. Pode ser considerada uma praia fluvial, já que recebe mais a influência do Amazonas do que propriamente do Atlântico. As outras duas, Boca do Inferno e Goiabal, ficam bem mais ao norte, na ilha de Maracá e Calçoene respectivamente. A grande verdade é que no Amapá não existem praias, se formos definir praias como aquelas faixas de areias banhadas pelo Atlântico, com vegetação quase sempre de restinga ou de coqueiros, com barraquinhas de sol onde as pessoas tomam sua cerveja e pegam um bronzeado, ou seja, a eterna praia que habita o inconsciente coletivo da maioria dos brasileiros. Resumindo: Ipanema! O litoral do Amapá recebe a influencia não só do maior rio do mundo, o Amazonas, mas também do Araguari, onde acontece o internacionalmente conhecido fenômeno da pororoca como também do Oiapoque, já na divisa com a Guiana Francesa. Para conhecer de fato o litoral do Amapá só há uma alternativa, de avião. Saímos de Macapá (era 1997) num pequeno avião em direção a Calçoene acompanhando a linha da costa e foi então que pudemos comprovar ser impossível caminhá-lo. O Amazonas, que avança mar adentro, deposita seus sedimentos, lama e restos de vegetação, ao longo deste litoral, tornando impossível percorrê-lo. O piloto do avião brincava conosco dizendo que quem quisesse caminhar por ali deveria levar um chapéu. Assim quando a equipe de resgate chegasse ao local poderia localizar onde o andarilho havia afundado. Mesmo de barco é difícil conhecer este litoral. Manoel Português, grande navegador, nos havia dito que este litoral é perigoso por vários motivos; muita lama e bancos de areia que podem fazer o barco encalhar, aliado às fortes correntezas, além da grande amplitude de maré (4 metros) que pode pegar o navegador desprevenido. Fomos seguindo basicamente a linha da costa até atingir a ilha de Maracá, uma Estação Ecológica. Vez por outra fazíamos um vôo mais raso e manadas de búfalos se dispersavam com o ronco dos motores. Finalmente chegamos à temerosa Boca do Inferno, local tão desabitado como todo o trajeto que havíamos feito até então. Até o momento podíamos comprovar: “No Amapá não tem praia!”, mais um pouco e chegamos a Calçoene, onde pousamos. Antes, aproveitamos para fazer umas imagens da “praia” do Goiabal. Uma espécie de colônia de férias a 23 km de Calçoene por estrada de terra. No “aeroporto”, campo de pouso de Calçoene, fomos deixados pelo piloto que tinha de retornar para Macapá. Esperamos por cerca de meia hora até que apareceu uma Toyota vermelha com o prefeito e um assessor. Fomos recebidos com entusiasmo pelas autoridades que nos convidaram para entrar e seguir para Calçoene. Na boleia, ao meu lado, uma “12”! Perguntei se era para matar onça ao que o prefeito respondeu: “Sim, para matar onça que anda em pé”. Dia seguinte voltamos para o Goiabal de carro para ver de perto a “praia”. O prefeito de Calçoene na época, pernambucano, concordou plenamente conosco de que Goiabal não podia ser considerada uma praia, levando em consideração os conceitos do “ao sul do Equador”, e que elas não existiam no Amapá. Durante o vôo percebemos também que o Amapá além da floresta amazônica comporta uma variedade de ecossistemas, todos eles muito bem preservados: mangues, cerrados, campos, além de charcos e alagados que lembram o pantanal. Polêmicas sobre se existem ou não praias no Amapá a parte, esta variedade de ecossistemas faz deste estado e seu povo alegre e acolhedor um lugar exuberante onde o turismo ecológico, científico, de aventura e educacional têm grande potencial.

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Estradas barra pesada

admin | 16 de junho de 2007

Atoleiro

As estradas no Brasil merecem um capítulo à parte. Primeiro vem a velha pergunta do por que optamos por elas e não pelo transporte ferroviário e fluvial. Depois porque mesmo considerando-se as asfaltadas, ainda assim temos de falar na aventura de percorrê-las. Certas estradas, como a BR-070 e a
BR-158 no Mato Grosso estariam, em alguns trechos, bem melhores se não estivessem asfaltadas tal a quantidade de buracos, verdadeiras crateras ao longo da “pista”.

Veja a lista das estradas mais barra pesada do Brasil (algumas delas, como Inferno e Corvo Branco, já foram asfaltadas, outras sofreram a operação tapa-buraco):

1-Porto Velho – Manaus – RO/AM
2-Rio Branco – Cruzeiro do Sul – AC
3-Transpantaneira – MT
4-Inferno – RS
5-Chuí – Cassino – RS
6-Corvo Branco – SC
7-Jalapão – TO
8-Raso da Catarina – BA
9-Barreirinhas -Tutóia – MA
10-Serra da Capivara – PI

Um relato sobre a vencedora: Porto Velho – Manaus.

E a campeã! Foi a estrada mais barra pesada do Brasil que vimos durante toda a viagem. Se você informar-se antes com certeza não vai, já que todos dirão que não é possível fazê-la. À medida que fomos chegando próximos a Humaitá, já no Amazonas, o trauma foi diminuindo e começamos a achar que daria. Quem poderia imaginar que alguém pudesse construir uma rodovia de 880 km ao lado do rio Madeira, em plena floresta amazônica e o que é mais impressionante, totalmente asfaltada… Isto aconteceu no regime militar… Mas a verdade é que a estrada foi construída e teve seus momentos de prosperidade como podem comprovar os vários postos de gasolina e hotéis abandonados. O início da decadência como conta o seu Adonis foi quando a estrada ficou danificada e merecia reparos. Então fizeram una verdadeira operação de guerra extraindo trechos imensos do asfalto para ser recuperado, só que nunca mais apareceu alguém para terminar o serviço. As conseqüências são previsíveis, nas primeiras chuvas (outubro – março) as fortes tempestades tropicais (quase equatoriais) acabaram com a estrada e ela começou a ficar inviável física e economicamente. Foi então que se descobriu a pólvora, ou seja, o transporte de mercadorias voltou a ser feito pelo sábio e preguiçoso Madeira. Hoje ela não esta completamente abandonada porque a Eletronorte mantém pontes precárias já que precisa inspecionar torres de alta tensão. Porém, como pudemos comprovar, caminhão não passa! Nossa Toyota correu muito perigo, mas passamos. Durante todo o trajeto encontramos apenas três kombis que traziam mercadorias de Manaus e mais nada. Levamos três dias para fazer o trajeto e numa destas noites passamos com o seu Adonai que nos relatou as noites de solidão por aquelas bandas. Dizia que a estrada era tão deserta que era comum ver onças vagando à noite. Apesar de desertas durante o dia causavam um espetáculo pouco comum, quando às vezes saíamos da floresta e encontrávamos trechos ainda intactos de, imaginem, asfalto! Esta paisagem novamente era convulsionada pela visão de tubos imensos que haviam sido destruídos pelas tempestades. Sem dúvida alguma a BR-319 foi a estrada mais barra pesada percorrida por nós ao longo dos 100 mil km de Projeto Brasil 2 Mil (de 08 dezembro de 1998 a 22 de abril de 2000).

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Macapá – Oiapoque off–road

admin | 15 de junho de 2007

Rio Araguari

Algumas dicas para a galera que gosta de uma aventura com muita lama e natureza:

– Km 0 – Trevo do Pacoval – Macapá. Asfalto de boa
qualidade.
– Km 136 – Rio Araguari – onde acontece maior pororoca (poroc poroc no dialeto indígena do baixo Amazonas significa “destruidor, grande estrondo”) do Brasil. Imperdível: “Pororoca – surfando na selva – as aventuras do brasileiro que entrou para o guinness ao dominar a onda mais extensa do mundo”, de Serginho Laus, Editora Ediouro, 2006. www.surfandonaselva.com.br
– Km 232 – Tartarugalzinho.
– Km 280 – término do asfalto.
– Km 290 – primeira entrada para a cidade de Amapá (não confundir com o estado do Amapá).
– Km 312 – segunda entrada para Amapá.
– Km 325 – povoado de Calafate.
– Km 370 – entrada para Calçoene. Mais 2 km e estamos na cidade. Mais 23 km e chegamos ao Goiabal.
– Km 430 – povoado de Carnot. Observar como os riachos cortam a estrada correndo tanto para leste como para oeste. Calma! No final todos deságuam em um grande rio que por sua vez corre para o oceano Atlântico (leste).
– Km 485 – povoado do Cassiporé.
– Km 545 – início do asfalto.
– Km 600 – chegada aoOiapoque.

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Oiapoque: uma ilha e um parque

admin | 14 de junho de 2007

Oiapoque

Pela terceira vez no Oiapoque pudemos observar como a cidade havia mudado, e para melhor. Um prefeito bem intencionado, tendo como parceiros instituições como o Sebrae e o IBAMA, faz uma cidade mais dinâmica e consciente, assim como são os exemplos de dona Valéria, seu Francisco e o Marcos.

Ilha do Sol

A ilha

Imagine uma catarinense que vai para Rondônia, conhece um mato-grossense e se casa no Acre, vai para o Oiapoque e mora numa pequena ilha no meio do rio Oiapoque, divisa do Brasil com a Guiana Francesa, onde cabe apenas uma casa e um quintal… este casal existe e ela se chama Valéria e ele Francisco.

Ilha do Sol

A casa parece um barco e a varanda onde as pessoas se reúnem para comer, beber e conversar o convés, onde o terrível Urtiga, o gatinho de estimação do casal, tudo controla. Consideramos os dois os “primeiros brasileiros” encontrados pelo nosso projeto. Eles simbolizaram também para nós a tolerância, já que a Valéria é uma branca descendente de italianos e Francisco um mulato, talvez com sangue negro e índio. Os dois, agora com os filhos já criados vivem depois de 32 anos de casados, uma eterna lua de mel na sua Ilha do Sol.

Casal

A pousada é freqüentada basicamente por europeus (franceses principalmente) e na ilha estão plantadas árvores com raízes longas e fortes que “seguram” a terra, já que a erosão ali é intensa devido à correnteza do rio. Além do exemplo de tolerância, Francisco e Valéria mostram na prática o que estes “primeiros brasileiros” fazem em prol do meio ambiente. Basta dar uma volta pelo quintal e ver sacos com o lixo separado que será levado para ser reciclado.

Marcos

O parque

Marcos é um engenheiro eletrônico de Ituiutaba, cidade do Triângulo Mineiro, que trabalhava na CEMIG e que por puro idealismo veio com a família para o Oiapoque para administrar o PNCO – Parque Nacional do Cabo Orange, uma das unidades de conservação com maior dificuldade de acesso do Brasil. Marcos nos conta: “Essa região possui uma rica diversidade biológica e já desempenhou um destacado papel na história brasileira. Representa, através do seu litoral recoberto de manguezais, um grande berçário para as diversas espécies de peixes e aves, sendo que suas florestas abrigam uma variada flora e fauna, podendo existir espécies ainda desconhecidas”. Agora, com o IBAMA bem estruturado começa de fato um trabalho com as comunidades que interagem com o parque, como por exemplo a Vila de Cunani, último vestígio da República Independente de Cunany, que entre 1883 e 1902 tentou ser independente tanto da França como do Brasil, inclusive possuindo moeda e bandeira próprias. Este trabalho junto às comunidades vai ser fundamental para que o PNCO possa receber turistas do Brasil e do mundo de uma forma que fauna, flora e as próprias comunidades não sejam ameaçadas e descaracterizadas.

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Chuva, lama e solidariedade

admin | 14 de junho de 2007

Atoleiro

Até Calçoene a viagem foi tranqüila mas as surpresas até o Oiapoque, já que o inverno (chuvas) estava vigorando, não iam tardar. Estávamos numa camionete tracionada guiada pelo Dílson, motorista experiente e nosso DJ particular. O repertório ia de Evaldo Braga ao tecno – brega de Belém e Macapá. Logo nos primeiros 30 km nos deparamos com um imenso atoleiro onde uma carreta tanque carregada estava atravessada no meio da pista impedindo a passagem. Carros iam chegando e pessoas se aproximando para “analisar” a situação e claro, cada um dar o seu palpite sobre a situação. Ouve a tentativa de travessia de uma camionete mas também esta ficou presa na lama. O caos e a impotência tomavam conta de todos. Mesmo assim era bonito ver como as pessoas, nessa situação de quase tragédia, se ajudavam, eram solidárias. Eram homens, mulheres e crianças descalços e com os pés cheios de lama tirando paus ou colocando pedras na tentativa de ajudar a família que estava dentro da camionete atolada. Quando caiu uma forte e passageira chuva, como é normal nesta época, oferecemos nossa camionete para uma senhora e suas crianças. Havia também trocas de alimentos como biscoitos, frutas e água. A energia era tão boa que logo chegou um trator que removeu a carreta como se fosse um brinquedo e todos puderam passar e seguir o seu caminho. Entramos no carro embarreados e na certeza de que além de observar e registrar, estávamos também interagindo com os brasileiros.

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