Navegando nas Reentrâncias Maranhenses
admin | 30 de julho de 2007Comumente confundida com os Lençóis Maranhenses a ilha dos Lençóis é o lugar ideal para quem quer navegar pelas águas do litoral maranhense e conhecer seus “furos”, baías e manguezais. A ida para a ilha dos Lençóis é uma mostra perfeita do que seja este ecossistema denominado Reentrâncias Maranhenses.
No Maranhão este ecossistema vai da baía de Cumã até a foz do rio Gurupi, já na divisa com o Pará. Esta imensa região, recortada por baías, enseadas, ilhas e manguezais foi transformada em APA (área de proteção ambiental) em 1991. Observando o mapa do Maranhão compreendemos este aspecto peculiar da sua costa oeste; é um litoral extremamente entrecortado sendo difícil definir onde terminam os rios, começam as baías e os limites delas com o oceano atlântico. Milhares de anos atrás antigos vales por onde corriam rios foram afogados (submersos) pelo mar formando então estas imensas baías e os infinitos canais que ligam umas as outras.
Estes rios continuaram depositando sedimentos (barro e areia) tanto na foz como mar adentro, o que veio a formar imensos bancos de areia. Muitas destas ilhas, como a dos Lençóis, por exemplo, situada no arquipélago de Maiaú, a 180 km de São Luís, são formadas por estes sedimentos trazidos pelos rios. Os bancos de areia causam uma dificuldade muito grande para a navegação na região. Nos meses de setembro, outubro e novembro quando o vento nordeste sopra com mais intensidade, ondas imensas se formam próximas a estes bancos causando vários naufrágios. Mesmo em época de calmaria só navegadores experientes se arriscam por estas águas, já que a probabilidade de encalhar nestes bancos é grande. Na travessia de uma baía para outra, por entre canais que aqui ganham o nome apropriado de “furos”, a atenção tem de ser redobrada já que um erro pode causar conseqüências imprevisíveis.
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