Lençóis Maranhenses – hoje!
admin | 10 de agosto de 2007Barreirinha é considerada hoje a porta de entrada dos Lençóis Maranhenses – LM. Infelizmente aquele ar bucólico e interiorano da cidade deu lugar a um crescimento desenfreado da periferia como também do vai e vêm estressantes de toyotas, táxis e moto-táxis. O mesmo pode-se dizer do trânsito intenso das embarcações levando e trazendo turistas no antes sinuoso e bonachão rio Preguiças. Toda esta agitação parece estar contida ali no Caburé, onde um grande número de pousadas se instalou. No Atins, na borda dos LM, o número de empreendimentos (pousadas, bares, restaurantes, etc.) parece ainda estar contido.
A estrutura do PNLM é frágil, como na maioria das unidades de conservação do Brasil e, apesar da boa vontade de seus dirigentes, tudo indica que a harmonização entre PNLM x comunidades tradicionais x turistas e políticos de todas as esferas, vai ser crucial. Ainda é possível encontrar gente como o seu Antônio e dona Magnólia que moram na borda dos LM e que sem pressa e ganância servem seu camarão grelhado para os que têm fome e uma cerveja gelada para os que têm sede. Visitantes de todas as partes do planeta que buscam a paz e o silêncio das dunas e lagoas que se sucedem. Uma incursão um pouco mais arrojada nos leva ao Ponta de Mangue, comunidade no interior dos LM onde encontramos um povoado praticamente sem homens adultos, já que todos estavam no mar. As mulheres cuidam da casa, do quintal e dos filhos que embaixo de um sol escaldante seguem para a escolinha. É lá também onde a comunidade guarda o seu mais precioso bem material, um freezer alimentado por energia solar que armazena os produtos perecíveis (peixe, carnes, manteiga, etc.) de todas as famílias. Mais do que dunas, lagoas, camarão grelhado e cerveja gelada, o que é muito bom, são estes exemplos de fraternidade e solidariedade que se pretende preservar em lugares como o PNLM.
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