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Iguape e Ilha Comprida: legislação ambiental e preservação

admin | 4 de abril de 2008

O que são APAs?

São partes do território nacional especialmente protegidas por lei visando harmonizar a preservação dos recursos naturais com desenvolvimento social e econômico, capaz de produzir melhoria da qualidade de vida das comunidades envolvidas. Nas APAs a atividade humana pode e deve existir, bastando ser orientada e regulada de forma a evitar a degradação ambiental e permitir o uso racional dos recursos naturais.

A APA Federal de Cananéia, Iguape e Peruíbe é considerada um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica como também um dos últimos ecossistemas não poluído do litoral brasileiro. A sua parte baixa (próxima ao mar) é ocupada por mangues e restingas que constituem o complexo Estuarino-Lagunar, um dos maiores viveiros de peixes e crustáceos do Oceano Atlântico (Considerado pela ONU o 4o. do mundo).

A fertilidade da região pode ser explicada pela grande quantidade de matéria orgânica que é depositada pelos inúmeros rios que descem da encosta coberta pela Mata Atlântica, oferecendo nutrientes para uma fauna e flora diversificada e abundante. O Mar Pequeno, canal que separa a Ilha Comprida do continente, é considerado um verdadeiro “berçário” onde se reproduzem tainhas e robalos além de ostras e caranguejos.

Para entender a formação da Ilha Comprida, basta lembrar os inúmeros pequenos rios que descem a serra em busca do mar trazendo sedimentos além dos grandes como é o caso do rio Ribeira do Iguape. Todos estes sedimentos depositados no mar foram novamente levados para o continente através de correntes marítimas e dos ventos vindo então a formar a Ilha Comprida, esta extensa restinga, ao nível do mar, com 74 km de comprimento e 4 km de largura.

A Ilha Comprida seria apenas mais uma restinga não fosse o canal que a separa do continente, o chamado Mar Pequeno (fazendo com que ela se torne uma ilha).

As águas protegidas e com a dosagem suficiente das águas doces dos rios que buscam o mar e salgada pelo Oceano que invade seus canais na maré cheia faz com que ali se consolide um exuberante manguezal que serve de abrigo e alimento para a vida marinha.

Um canal, O Valo Grande, como é populamente conhecido, construído por escravos entre 1827 e 1850, com dimensões de 2 km por 4 m de largura recentemente foi reaberto e vem causando danos consideráveis ao ecossistema divido a grande quantidade de água doce por ele escoada, o que compromete o equilíbrio original. Além disso, o Porto do Iguape também vem sofrendo sérios problemas de assoreamento, certamente em função da abertura do canal. Na área, bastante procurada por pescadores, vem sendo sentida a ausência dos peixes, um bom exemplo do que pode acontecer quando interferimos na natureza.

A restinga e a especulação imobiliária.

A Ilha Comprida tem duas faces bem definidas. Na parte interior, no canal do Mar Pequeno, que separa a ilha do continente, temos uma grande concentração de manguezais. Na parte externa, voltada para o mar, temos as praias, as dunas e a vegetação que as cobre, a restinga.

Entre 2.000 e 7.000 anos atrás, variações do nível do mar formaram vastas planícies arenosas ao longo do litoral brasileiro. Os movimentos de transgressão e regressões marinhos (avanço e recuo do mar) fizeram com que estas planícies arenosas tomassem a forma de sucessivos cordões litorâneos. A deposição de areias pelo mar, aliado as tempestades, correntes marítimas e os ventos modelaram uma topografia bastante diversificada indo desde barreiras de areias que bloqueiam rios e lagoas do mar, de dunas ou ainda de planícies arenosas com relevo pouco acidentado como é o caso da Ilha Comprida. Estas planícies arenosas são cobertas por vegetação bem característica que vai desde campos, brejos até a vegetação mais densa à medida que se afasta da costa e encontra solos mais úmidos, matéria orgânica e mais proteção dos ventos e das marés. Estas florestas densas podem chegar até a 12 m.

As restingas, um ecossistema associado à Mata Atlântica, assim como os mangues, talvez seja um dos ecossistemas mais ameaçados do litoral brasileiro. Ocupados inicialmente pelos habitantes indígenas, depois pelos colonizadores europeus que ali se instalaram com suas vilas e cidades, as restingas ainda hoje sofrem uma séria ameaça de existência. Bairros inteiros, como Copacabana no Rio de Janeiro, foram construídos em área de restinga.

A Ilha Comprida apesar de ser uma APA (Estadual e Federal) e apresentar um plano de zoneamento sofre pressões tanto do crescimento da própria área urbana do município, que é muito jovem, como também da especulação imobiliária pela oferta de lotes para construção de casas de veraneio para moradores de Iguape, Cananéia e demais municípios do Vale do Ribeira.

Muitas destas construções são feitas sem o menor critério em áreas de Sambaquis (sítios arqueológicos). Estas áreas nos propiciam informações sobre os habitantes pré-históricos que viviam na Ilha Comprida antes da chegada dos colonizadores europeus.

A Ilha Comprida tem 1000 anos geológicos para cada um ano de vida política administrativa (a ilha tem idade geológica em torno de 6.000 anos ao passo que a emancipação política se deu em 1992!).

Esta jovem ilha, em todos os sentidos, é um ecossistema fragilíssimo com duas faces bem definidas. No interior o Canal do Mar Pequeno, que abriga um dos manguezais mais exuberante do Brasil que por sua vez serve de “berçário” para a vida marinha. Ali a atenção deve se concentrar nas derrubadas ilegais (de manguezais) como também no problemático canal do Valo Grande que trazendo as águas doces do rio Ribeira do Iguape para o Mar Pequeno altera todo o equilíbrio local influindo fortemente na vida da comunidade caiçara que vê o seu alimento – sustento (peixe – caranguejo) desaparecer.

Na parte exterior, voltada para o Oceano Atlântico, os 74 km de praias cobertas ainda em sua maior parte por vegetação de restinga e, o que é mais importante, alguns trechos de dunas, talvez dos poucos exemplares desta formação no litoral de São Paulo. Aqui a preocupação maior é com a especulação imobiliária que pode comprometer todo o equilíbrio ecológico como também a estética da ilha.

A Ilha Comprida é uma área estratégica para a manutenção do equilíbrio da APA Federal de Cananéia, Iguape e Peruíbe.

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Ilha Comprida e Iguape: um laboratório de comportamento ambiental

admin | 3 de abril de 2008

Iguape/Ilha Comprida

Toda a polêmica gerada em torno da discussão sobre áreas já bastante urbanizadas e degradadas (o que absolutamente não seria necessário) e áreas “intocadas” como a Juréia nos levam a uma reflexão tanto em termos de legislação como de ação política.

Para mais informações:

APA de Cananéia, Iguape e Peruíbe
Fone: 13-3841-2388 ou 13-3841-2692
Email: apacip.sp@ibama.gov.br
www.ibama.gov.br/apacip

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Juréia – Itatins: um freio no crescimento desordenado

admin | 29 de março de 2008

Tal e qual o Parque Estadual de Setiba em Guarapari no Espírito Santo a Estação Ecológica Juréia – Itatins funciona como uma espécie de zona tampão, ou seja, um sinal de PARE! ao crescimento desenfreado que vem de Santos em direção a Peruíbe. Não se iluda, não fosse uma ação determinada de pessoas sérias (políticos, técnicos, líderes comunitários, cientistas, etc.) os tentáculos do “pogresio” já teriam invadido este Paraíso sem o menor escrúpulo!

Mais informações:

Associação Eco Juréia:
www.ecojureia.org.br

Reserv da Biosfera da Mata Atlântica
www.rbma.org.br

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Santos – Peruíbe: muita praia, muita gente!

admin | 25 de março de 2008

Itanhaém

São mais de 70 km de praias do que pode ser considerado o litoral mais urbanizado do país. Porém, contraditoriamente, estas praias não possuem saneamento básico mínimo para atender a imensidão de gente que desce da Grande São Paulo nos finais de semana, feriados e principalmente durante o verão. Agora, além da enxurrada de visitantes temporários, estas praias, que são conhecidas pelo nome de alguns balneários, têm uma população própria, o que impede que “respirem” entre um fluxo e outro. A situação é complexa e emblemática do litoral brasileiro. Sanear o mal já feito é caro, tecnicamente complicado e politicamente delicado. Mas existe gente que estuda o problema a fundo como Instituto Maremar que longe de uma postura denuncista procura orientar a sociedade para a geração dos menores impactos possíveis.

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Zumbi de Cubatão

admin | 20 de março de 2008

Zumbi

Às margens dos manguezais de Cubatão existe uma comunidade de nome Vila Esperança e um líder comunitário dos mais expressivos conhecido por nós durante nossas viagens pelo Brasil. Seu nome é Zumbi! Além das várias conquistas alcançadas por Zumbi e sua comunidade no que diz respeito às políticas públicas básicas: água, luz, escola, creche, lazer, etc. destacam-se também as relações destes com o meio ambiente, no caso, com maior importância, o mangue. Como a região é carente, é comum que as invasões aconteçam constantemente e com isto quem mais sofre são os manguezais. Numa parceria com a Petrobras, Zumbi limitou a área de mangue com uma cerca e desenvolveu projetos de educação ambiental tanto com a comunidade como e principalmente junto às crianças. Entendendo que a cerca pura e simplesmente não ia conter os vetores da degradação, idealizou então a Associação de Educação Ambiental “Cubatão de Bem com o Mangue”, um dos trabalhos mais fortes presenciados por nós durante nossa viagem ao longo do litoral brasileiro.

Quer saber mais? Entre em contato:

Sebastião Ribeiro do Nascimento – Zumbi
Fone: 13-9129-7019
www.jornalcomunitario.com.br

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Off – road em Ilhabela

admin | 18 de março de 2008

A chuva e o frio ainda nos acompanhavam quando chegamos a Ilhabela. São 340 km2 de montanhas cobertas pela Mata Atlântica, grande parte pertencente ao Parque Estadual de Ilhabela. As praias na parte oeste são calmas e é ali que se concentra a maior parte da população e a “capital” Ilhabela. Na parte leste, oceânica, as praias são de acesso dificílimo, algumas só alcançadas por barco, devido aos imensos costões rochosos. Ficamos hospedados na pousada de nosso amigo Afrânio e depois de conhecermos o Marquinhos, o jipeiro mais famoso da ilha, optamos por fazer um off-road, cruzar a ilha até a praia dos Castelhanos, no lado oceânico. Continuava chovendo e as perspectivas de melhorar estavam longe, além das notícias que vinham dizendo que eram péssimas as condições da “estrada”. Eram 22 km, subindo e descendo a serra, cruzando a ilha ao meio. Para nós, acostumados a caminhar e sem entrar num carro fazia tempo a empreitada era como fazer um reconhecimento em Marte, ou mesmo a Lua. Como sempre a viagem começou tranqüila, mas logo nas primeiras subidas descobrimos que a “estrada” simplesmente não existia. Marquinho, jipeiro experiente, não se abalou e lentamente seguiu em frente. No alto do morro a paisagem era exuberante. Uma névoa cobria as árvores e mais à frente a estrada parecia desaparecer nas curvas. Íamos parando aqui e ali para cortar galhos de árvores e remover troncos caídos. Às vezes tínhamos de fazer pontes com os troncos caídos ou então tapar buracos com pedras e terra. Muitas vezes tivemos de descer do jipe e ir monitorando para que a inclinação não chegasse aos 90° e assim ele tombasse. O tempo era fechado e na floresta havia um silêncio sepulcral. Já na descida para Castelhanos a névoa começou a dissipar e do alto pudemos ver o forte azul do Atlântico. Para nossa surpresa a praia estava completamente deserta, uma característica da parte leste da ilha, e então com a ameaça de chuva resolvemos retornar e fazer uma pequena incurssão nas cachoeiras (dizem que são mais de 300). Apesar de famosos tivemos a grata oportunidade de não conhecer os borrachudos de Ilhabela, fato que iria acontecer um pouco mais adiante ainda no litoral paulista. Chegamos à vila já era noite. Prontos para um banho quentinho, roupa limpa e um suculento espagueti com frutos do mar.

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Ubatuba: aquários, negócios e proteção a natureza

admin | 16 de março de 2008

Ugo

Na primeira grande cidade do litoral norte de SP mais uma vez estivemos em contato com a nossa amiga Berenice que nos mostrou a evolução das instalações do Projeto TAMAR – IBAMA como também com o Ugo, Diretor Executivo do Aquário de Ubatuba. Ugo nos mostrou na prática como desenvolver um projeto “ecológico” e ao mesmo tempo com foco no bussines. São os novos projetos empreendedores que produzem riqueza ao mesmo tempo que protegem a natureza. Uma equação difícil, mas não impossível!

Para saber mais acesse: www.institutoargonauta.org

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Picinguaba: sustentabilidade na comunidade quilombola

admin | 15 de março de 2008

Laura

Na chegada ao litoral norte de São Paulo a chuva nos deu uma trégua. Aproveitamos a oportunidade para ir a uma festa no Sertão da Fazenda onde conhecemos a Laura, uma liderança comunitária. Laura nos explicou que após a falência da fazenda os ex-escravos, então libertos, assumiram a propriedade exercendo na prática a tão falada sustentabilidade. Assim conseguiram, depois de muita luta, garantir sua permanência no que é hoje o Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar.

Para saber mais:

Sertão da Fazenda:
Fone: 12-3832-9011 ou 12-9777-4130

PESM – Núcleo Picinguaba:
Fone:  12-3832-1397

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Serviço – Rio de Janeiro

admin | 10 de março de 2008

Búzios

Hotelaria
Pousada Calmaria
R. Três Marias, 35 – Armação dos Búzios
Fone: (22) 2623-6095 ou (22) 9255-6497
Email: pousadacalmaria@bol.com.br
pousadacalmaria.vila.bol.com.br

Rio de Janeiro

Hotelaria
Argentina Hotel
R. Cruz Lima, 30 – Flamengo
Fone: (21) 2558-7233 ou (21) 2557-4447
Email: sac@argentinahotel.com.br
www.argentinahotel.com.br

Paraty

Hotelaria
Pousada Konquista
R. Jango Pádua, 20 – Centro Histórico
Fone: (24) 3371-1308 ou (24) 9999-7212
Email: pousadakonquista@hotmail.com
www.pousadakonquista.com.br

Restaurante
Ristorante Corto Maltese
R. do Comércio, 130 – Centro Histórico
Fone: (24) 3371-2758
www.eco-paraty.com/cortomaltese

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Ilha Grande: natureza selvagem bem preservada!

admin | 8 de março de 2008

Pouca gente pode imaginar que entre o Rio de Janeiro e São Paulo, os dois maiores centros urbanos do Brasil, podemos encontrar um lugar tão belo e selvagem como a Ilha Grande.
Os índios tamoios, seus primeiros habitantes, a chamavam de “Ipaum – guaçu”. Com 193 km2, 155 km de litoral e 106 praias este santuário ecológico composto por Mata Atlântica, manguezais, praias, rios com regatos, lagoas, restingas além de alguns picos rochosos foi transformado em APA (área de proteção ambiental).
Um dos fatores que mais contribuíram para o isolamento da Ilha Grande e por sua vez por seus mistérios e preservação foi a distância do litoral. São 12 milhas da costa de Angra dos Reis, sua ligação mais freqüente com o continente.
A ilha, que um dia fez parte do complexo da Serra do Mar, já foi ligada ao continente. Um processo de transgressão (subida) do Oceano Atlântico “afogou” grande parte da região e o que é hoje a Ilha Grande ficou isolada. O interior da ilha, que é montanhoso, é composto por alguns picos rochosos tais como o da Pedra D’água (1030m), do Papagaio (990m), e do Ferreira (740m). Estes picos, que podem ser alcançados por trilhas em meio à Mata Atlântica são excelentes pontos para termos uma vista panorâmica da ilha.
Tanta natureza a ser preservada fez com que a totalidade do território da Ilha Grande (193 km2) se tornasse uma APA. Além da APA que cobre toda a ilha, também um Parque Estadual e uma Reserva Biológica foram criados para dar sustentação a projetos de preservação dos ricos ecossistemas ali existentes.
Reservas biológicas são áreas de tamanhos variáveis, que se caracterizam por conter ecossistemas ou comunidades frágeis de importância biológica, em terra de domínio público e fechadas a visitação pública podendo ser declaradas pela União ou pelos Estados.
A RBEPS (Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul) criada em 02 de dezembro de 1981 esta localizada na parte sudoeste da ilha e compreende uma área de 3600 ha., quase ¼ da área total da ilha.
A RBEPS é coberta em quase sua totalidade pela Mata Atlântica, rica em espécies e uma das mais ameaçadas do país, não restando mais do que 10% de sua área original no estado do Rio de Janeiro.
A grande diversidade de flora e fauna é devida à diversidade de ambientes gerados pela mesma Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, que no caso da RBEPS são: lagoas, manguezais, restinga e costões rochosos.
As duas lagoas existentes na reserva recebem tanto águas dos rios que descem da montanha como também do mar na maré cheia. Dos rios provem a lama que formara o solo indispensável à existência de vegetação que circunda as duas lagoas locais (Lagoa do Leste e do Sul), o mangue. Estas lagoas, circundadas pela vegetação de mangue formam verdadeiros berçários para a vida marinha, contribuindo assim para a piscosidade tanto das lagoas como do mar.
A vegetação de restinga, que ocupa a planície arenosa, com uma área de aproximadamente 800 ha., apresenta vários tipos de formações vegetais, desde ambientes mais úmidos onde crescem arvores de até 20 m até ambientes mais secos como a vegetação mais próxima às praias que são constantemente atingidas pelos ventos que sopram do mar deformando-as.
Na RBEPS encontramos uma raridade digna de ser mencionada e cultuada como exemplo. É o Rio Capivari, talvez o único do Estado do Rio de Janeiro que apresente, desde sua nascente até sua foz, águas completamente livres da atividade humana e, por conseguinte de qualquer espécie de poluição. O Rio Capivari, que nasce nas partes mais altas e inacessíveis da Ilha Grande corre por entre encosta coberta de Mata Atlântica formando regatos de rara beleza.
Para além da beleza (estética) que emana de todos os ecossistemas da RBEPS, sua preservação representa a garantia de potencial genético para a reconstituição de flora e fauna de outras áreas litorâneas ameaçadas de extinção. Até o momento, foram identificadas cerca de 500 espécies vegetais, algumas delas até então desconhecidas pela ciência!
A sede da RBEPS construída em 1986 com apoio do WWF localiza-se na praia do Aventureiro e a sua administração fica a cargo da FEEMA (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente). Ali, há um pequeno vilarejo, a Vila do Aventureiro, habitado por pescadores que vivem da pesca artesanal e da lavoura de subsistência.

Projeto MAQUA: mamíferos aquáticos

O projeto Mamíferos Aquáticos (MAQUA) desde 1992 vem realizando atividade de pesquisa e conservação de Cetáceos (botos, golfinhos e baleias) no litoral do estado do Rio de Janeiro. As atividades consistem na observação dos mamíferos marinhos em ambiente natural, estudo em laboratórios e em trabalhos de educação ambiental com comunidades costeiras. Os estudos, inicialmente desenvolvidos na Baia de Guanabara e Região dos Lagos foram estendidos a Ilha Grande.
O Projeto MAQUA iniciou seus trabalhos na Ilha Grande em 1993 e em 1995 foi instalada a Sede Avançada do Projeto MAQUA na Ilha Grande. Objetivo do projeto é determinar as espécies de cetáceos que ocorrem na região, bem como a interação destes com a população local.
O trabalho de pesquisa é acompanhado por um Programa de Educação Ambiental cuja meta é a conscientização da população sobre a importância da preservação dos cetáceos bem como dos ecossistemas costeiros.

Ilha Grande – Trekking

Tanto a circulação de veículos como a prática do camping selvagem é proibida na Ilha Grande. Mas apesar das proibições, que são compreensíveis se o intuito é o de preservar a natureza, a ilha nos oferece uma vantagem. Ela é muito bem servida de trilhas (algumas são verdadeiras “estradas” em meio da Mata Atlântica) e é possível contorná-la em apenas quatro dias.
A parte leste até a praia de Lopes Mendes, saindo bem cedo, pode ser feita em um dia. Partindo da Vila do Abraão sobe-se um morro e na descida já encontramos a Praia Grande das Palmas e a do Mangues, todas de águas bem calmas. Cruzando novamente o morro e lá esta a praia de Lopes Mendes, preferida dos surfistas. O ideal é, para quem não tem uma pousada garantida na Praia de Dois Rios (onde ficava o Presidio agora demolido), voltar para a Vila do Abraão, pernoitar e sair no dia seguinte bem cedo.
Por uma antiga estrada de terra, bastante avariada, chega-se em duas horas, por entre morros, à praia de Dois Rios. Dali segue-se ainda por entre morros, em meio à Mata Atlântica até Parnaioca, e dali toma-se fôlego por que são mais 6 km por dentro da RBEPS (quatro deles pelas areias das Praias do Leste e do Sul) até a Vila do Aventureiro. Ali há possibilidade de se conseguir um abrigo e prosseguir por entre morros até Provetá, uma vila habitada em sua grande maioria por uma comunidade religiosa.
Reponha as energias e novamente por entre morros chega-se à praia de Araçatiba. Agora, que atingimos as águas mais calmas da Ilha Grande (parte noroeste) há a possibilidade de pegar um barco com os pescadores e ir até a Freguesia de Santana, onde foi edificada a primeira vila da ilha e ainda resta a Igreja (1796).
Para os mais dispostos, mais uma caminhada por entre morros, praias de águas mansas e esverdeadas, como Saco do Céu, por exemplo, até a chegada na Vila do Abraão.
Atenção! Toda a Ilha Grande pode ser contornada por trilhas muito bem conservadas. Mas, a empreitada exige fôlego e como há necessidade de pernoitar em meio o caminho jamais, em hipótese alguma, faça a expedição sozinho. Consulte um nativo, um guia local, que sua caminhada vai ser bem mais segura e proveitosa!

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